Uma
mensagem aos pais:
A vida dos nossos filhos são reflexos da nossa
vida
Sidney Santos Custódio
Desejamos que se levante uma geração como a de João
Batista, que denuncia o que está errado e levanta um padrão de justiça e pureza
por meio de zelo e radicalidade. Uma geração que não é dada aos prazeres desse
mundo, pois somente um prazer lhe satisfaz: experimentar a bondade de Deus e
agradar o coração Dele. Essa é a palavra que Deus tem liberado nesses dias. Jesus quer
levantar seus precursores – sim, é o que queremos!
O que não atentamos é que, para existir uma geração como
a de João Batista, precisamos de uma geração de pais como Zacarias e Isabel.
Eles eram um casal justo diante do Senhor. Poucas pessoas na Bíblia alcançaram
esse testemunho diante de Deus, de caráter e comportamento agradáveis a Deus. Eram
também irrepreensíveis aos olhos dos homens. Não tinham desavenças conjugais,
apesar da esterilidade de Isabel, e eram firmes e zelosos nas suas funções,
permanecendo fiéis à lei de Moisés nos seus turnos e nos costumes sacerdotais.
Eles haviam alcançado maturidade suficiente para serem mais do que pais naturais.
Não podemos pensar em João Batista e na grandeza de seu
ministério sem antes dar a honra devida aos seus pais. Eles foram um espelho do
caráter de Deus para aquele que havia de preparar o caminho do Messias. Em Deuteronômio
6:4-9, encontramos o seio familiar que gera uma geração como a de João Batista
– e
o principal assunto tratado é Deus:
Ouve, ó Israel: O SENHOR,
nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração,
com toda a tua alma e com todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te
ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás
sentado em casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também
as amarrarás como sinal na mão e como faixa na testa; e as escreverás nos
batentes da tua casa e nas tuas portas.
Seu
filho será a combinação do que você diz e faz. Vivemos um tempo em que os
pais atuais estão preocupados em orientar seus filhos quanto ao futuro deles nos
estudos, na vida profissional, no casamento, ou em prover materialmente os
anseios de uma geração que está aprendendo com o mundo a ser consumidora
insaciável. Não estou dizendo que buscar essas coisas é errado, ou que somos
maus pais se só ensinarmos essas coisas aos nossos filhos. Apenas estou dizendo
que, se assim o fizermos, estaremos seguindo o curso desse
mundo.
Cada uma das preocupações acima tem sua importância e seu
lugar na vida, mas o resultado de focalizar somente nelas é uma geração de
filhos sem senso de missão de Deus, sem propósitos e desígnios eternos, agitada pelo vento das
circunstâncias da vida. Precisamos liberar o destino de Deus sobre os nossos
filhos. Nós, pais, temos a missão de sermos os catalizadores do chamado que Deus
tem feito aos nossos filhos naturais e espirituais. O que Deus disse que seus filhos seriam? Debaixo de qual
promessa seus filhos estão? Em Lucas
1:76-79, a Bíblia nos revela que Zacarias conhecia a missão de seu filho, ele entendia o
plano
que o
próprio Deus havia desenhado para a vida de seu filho:
E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à frente
do Senhor, preparando os seus caminhos; para dar ao seu povo conhecimento da
salvação pelo perdão dos seus pecados, graças à profunda misericórdia do nosso
Deus, pela qual a aurora lá do alto nos visitará, para iluminar os que estão
nas trevas e na sombra da morte, a fim de guiar os nossos pés no caminho da
paz.
Para vivermos essa realidade, precisamos de alguns passos
práticos:
1- É preciso haver
arrependimento dos pais pelo pecado da omissão. Existe um pensamento que
permeia a maioria dos pais cristãos: é papel dos líderes da igreja a educação e
o discipulado de seus filhos.
Entretanto, Deus deu a nós, PAIS, a responsabilidade e a
missão de conduzirmos nossos filhos dentro de seus destinos em Deus. O trabalho
realizado pelos líderes não substitui o cultivo diário que cabe a nós, pais. O
que acreditamos é numa parceria entre pais e líderes – o que é despertado por meio dos líderes é cultivado diariamente pelos
pais. Aí
que reside o sucesso para uma geração como a de João Batista.
Nos momentos em que a família encontra-se reunida,
fala-se pouco sobre a Lei de Deus, sobre o “peso” do coração do Pai. É preciso
ir além de contar histórias bíblicas ou lições de moral que a Bíblia apresenta
(e quando, ao menos, isso é feito).
2- Seja o
sacerdote da sua casa. Zacarias era um sacerdote. O ministério do sacerdote caracteriza-se
basicamente por servir ao coração de Deus com tempo e zelo, e ouvir o que Deus
tem a dizer. Como tal, Zacarias pôde ouvir a palavra viva e específica que veio
através do anjo Gabriel, em Lucas 1.13-17:
Mas o anjo lhe disse: Não temas, Zacarias; porque a tua oração foi
ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e tu o chamarás João;
terás alegria e satisfação, e muitos se alegrarão com o nascimento dele; porque
ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será
cheio do Espírito Santo desde o ventre materno; ele converterá ao Senhor, seu
Deus, muitos israelitas; irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias,
para reconduzir o coração dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos
justos, a fim de constituir um povo preparado para o Senhor.
Da mesma maneira, só quando os pais atentarem para o
chamado ao sacerdócio (Apocalipse 5.10) lhes será possível serem uma base para
a geração de João Batista.
3- Gaste tempo
orando e meditando com o seu filho. Em Provérbios 22:6 lemos: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e
mesmo quando for idoso não se desviará dele!” O que você fala e o que você faz
se tornam padrões para eles. Não apenas mostre o lugar secreto, mas vá junto.
Conclusão:
Se desejamos uma geração radical, precisamos de atitudes
radicais, persistindo naquilo que acreditamos como Comunidade. Chegou a hora de
empurrarmos nossos filhos para viverem essa realidade... ou vamos continuar
seguindo o curso deste mundo? Nós somos os responsáveis por conduzi-los ao
destino que Deus tem preparado para suas vidas. Somos os responsáveis pelo
sucesso ou pelo fracasso da próxima geração. Para que uma geração de jovens se
manifeste com autoridade profética, poder e firmeza, é necessário que haja Paternidade.